{"id":1368,"date":"2020-08-27T15:02:19","date_gmt":"2020-08-27T18:02:19","guid":{"rendered":"http:\/\/woocommerce-419158-1317652.cloudwaysapps.com\/?p=1344"},"modified":"2020-08-28T15:21:37","modified_gmt":"2020-08-28T18:21:37","slug":"como-o-outro-me-ve-uma-reflexao-sobre-inseguranca","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/alemdapele.com\/como-o-outro-me-ve-uma-reflexao-sobre-inseguranca","title":{"rendered":"Como o outro me v\u00ea: uma reflex\u00e3o sobre inseguran\u00e7a"},"content":{"rendered":"\n

Por Mateus Gottardello Guirelli, CRP: 06\/147194<\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n

Este texto tem como objetivo refletir sobre a dimens\u00e3o do olhar do outro e como conviver com isto. Sabe-se que o olhar do outro \u00e9 importante para a forma\u00e7\u00e3o de n\u00f3s mesmos, do que somos, ou seja, como dizemos na psicologia, constitutivo da subjetividade. \u00c9 importante entender este olhar num para al\u00e9m do sentido da vis\u00e3o, como aquilo que institui a imagem que desejo que o outro veja de mim. Este olhar refere-se a constru\u00e7\u00f5es sobre o que \u00e9 idealizado, o que deve ser alcan\u00e7ado e desejado pelas pessoas, o que devo ser para pertencer a sociedade.<\/p>\n\n\n\n

O sujeito \u00e9 formado a partir de suas rela\u00e7\u00f5es interpessoais<\/span><\/strong> e de regras e padr\u00f5es que existem na cultura. Dentro destes par\u00e2metros, podemos citar, por exemplo, a est\u00e9tica. Esta \u00e9 a perspectiva do que \u00e9 belo, padronizado e, conjuntamente, tamb\u00e9m o que \u00e9 feio, o diferente, aquilo que deve ser evitado, o estranho. Acrescento que a est\u00e9tica n\u00e3o existe apenas no plano da imagem f\u00edsica dos corpos, mas tamb\u00e9m sobre maneiras de viver, aquilo que \u00e9 saud\u00e1vel, como tamb\u00e9m aquilo que deve ser evitado.<\/p>\n\n\n\n

A perspectiva de tentar responder o que o outro enxerga de n\u00f3s est\u00e1 destinada ao fracasso, visto que n\u00e3o temos controle do pensamento do outro, n\u00e3o podemos controlar o que este outro v\u00ea. <\/span><\/strong>Por\u00e9m, acho interessante o movimento de reflex\u00e3o na seguinte pergunta, como uma auto-an\u00e1lise: o que eu acho que o outro v\u00ea de mim? O que eu vejo sobre mim mesmo?<\/p>\n\n\n\n

Nestes questionamentos, redirecionamos a pergunta de um outro que n\u00e3o temos controle e colocamos como ponto de partida a nossa pr\u00f3pria perspectiva em rela\u00e7\u00e3o ao que gostar\u00edamos que o outro visse, bem como o nosso pr\u00f3prio senso de est\u00e9tica. Nossas pr\u00f3prias padroniza\u00e7\u00f5es e diferencia\u00e7\u00f5es entre o belo e o feio, nossas idealiza\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

Iniciei este texto trazendo a palavra conviv\u00eancia, pois acredito que a palavra aceita\u00e7\u00e3o traga algumas problem\u00e1ticas que demonstrarei a seguir. Nesta mesma perspectiva est\u00e9tica do mundo, produzimos tamb\u00e9m alguns referenciais e pontos a serem alcan\u00e7ados, em certo sentido, com o sentimento de dever de alcan\u00e7\u00e1-los. Por\u00e9m, n\u00e3o percebemos como muitas vezes isto nos afeta negativamente.<\/p>\n\n\n\n

Prefiro pensar em um sentido de conviv\u00eancia com a condi\u00e7\u00e3o, pois retira a perspectiva de um objetivo idealizado, aquele em que quando eu alcan\u00e7ar, n\u00e3o terei mais problemas com uma devida quest\u00e3o. O trabalho sobre aceita\u00e7\u00e3o, \u00e9, sem d\u00favida, importante<\/span><\/strong>. Por\u00e9m, h\u00e1 que se cuidar para que n\u00e3o caia na perspectiva impositiva de uma plenitude, fechando as vistas para os pensamentos hostis sobre a doen\u00e7a,que, estes sim, tamb\u00e9m precisam de express\u00e3o e elabora\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

A quest\u00e3o \u00e9 que nossos pensamentos, nossos desejos, em suma, nossa subjetividade, aquilo que n\u00f3s somos, \u00e9 din\u00e2mico. Assim sendo, almejar um referencial de plenitude pode trazer problemas futuros, como a culpa de ainda n\u00e3o ter chegado l\u00e1, a culpa de n\u00e3o ter aceitado a condi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Desta forma, a palavra conviv\u00eancia assegura o movimento constante em rela\u00e7\u00e3o a condi\u00e7\u00e3o e a sa\u00fade mental, alcan\u00e7ando a perspectiva din\u00e2mica da subjetividade. 

Alguns dias voc\u00ea est\u00e1 lidando melhor com as situa\u00e7\u00f5es e em outros n\u00e3o. E est\u00e1 tudo bem! <\/span><\/strong>

A aceita\u00e7\u00e3o plena de um estado emocional frente uma condi\u00e7\u00e3o me parece invi\u00e1vel, mas a conviv\u00eancia, o constante trabalho em rela\u00e7\u00e3o as suas pr\u00f3prias emo\u00e7\u00f5es, sentimentos, e sobre a est\u00e9tica, a forma que enxergamos o mundo, parece-me um objetivo mais favor\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n

Assim, sugiro tamb\u00e9m a transfer\u00eancia deste sentido de conviv\u00eancia para a condi\u00e7\u00e3o de como lidar com o olhar do outro. \u00c9 preciso aprender a conviver com o olhar deste outro que segrega, tendo a perspectiva de que ele n\u00e3o \u00e9 aquele que dita as regras est\u00e9ticas e nem quem somos, estando ele tamb\u00e9m nesta l\u00f3gica social. Mesmo que este olhar fa\u00e7a parte de nossa constitui\u00e7\u00e3o, ele n\u00e3o inclui a din\u00e2mica das viv\u00eancias. Assim como n\u00e3o tenho controle sobre o que o outro pensa, este outro n\u00e3o tem controle sobre o que eu penso e trabalho, sobre o que vivi e o que almejo ser. Todos n\u00f3s temos nossos pr\u00f3prios fantasmas.<\/p>\n\n\n\n

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